Li Qiye deixou para trás a bolsa espacial e se virou para sair. Chi Xiaodie ficou dentro do templo esfarrapado em transe sem ser capaz de dizer uma palavra.
Ela se sentiu muito magoada. Mesmo que o País do Rugido do Leão não fosse comparável a grandes seitas ou reinos antigos, ele ainda tinha forças ocultas e era muito mais forte do que um país menor comum.
Como a princesa e filha de ouro que era adorada pelos céus, Chi Xiaodie sempre foi mimada pelos outros; ainda hoje, ela veio com Li Qiye para esta área desolada como serva. Isso já era uma coisa, e agora ela ainda tinha que fazer esse trabalho sujo e cansativo também.
Ela nunca havia feito uma tarefa tão servil antes, mas hoje ela assumiu essa tarefa como uma serva comum no mundo secular.
Chi Xiaodie ficou sem palavras por um longo tempo antes de finalmente pegar a bolsa espacial de Li Qiye e começar a limpar. Mesmo sendo uma Nobre Real, ainda era um grande desafio para ela, pois era a primeira vez que fazia essas tarefas servis: tirar o pó do chão e das paredes e depois cuidar das ervas daninhas. Chi Xiaodie fez um trabalho bastante confuso, pois não conseguiu usar seu poder, o que resultou em uma cena boba.
Apesar de ser esse o caso, Chi Xiaodie silenciosamente fez seu trabalho. Mesmo se sentindo injustiçada e abatida, ela continuou fazendo esse trabalho sujo que provou ser um desafio para ela.
Ela estava com raiva e não sabia se estava com raiva de si mesma ou de Li Qiye. Para resumir, Chi Xiaodie nunca faria tal coisa no passado, e seu eu anterior ficaria bastante surpreso ao vê-la fazendo isso no presente.
Chi Xiaodie pacientemente suportou seu temperamento quente com tristeza em seu coração. Eventualmente, ela conseguiu limpar o templo.
Depois de deixar o Templo Divino Ancestral, Li Qiye deu um passeio pela área para contemplar as montanhas ondulantes à frente. Essas montanhas eram como ondas que chegavam até as nuvens altas. Havia também vales com profundidades indiscerníveis, cheios de perigos imprevisíveis – um espetáculo magnífico.
Li Qiye caminhou lentamente para frente; embora parecessem estar próximas, depois de um olhar mais atento, descobriríamos que essas montanhas estavam a várias dezenas de quilômetros de distância.
Li Qiye finalmente alcançou a área oposta ao templo. Este foi um pequeno pico; em comparação com as altas montanhas e os vastos rios anteriores, era realmente insignificante e atraiu quase nenhuma atenção.
No entanto, havia um santuário dao com apenas cinco quartos acima deste pequeno pico. Tinha azulejos verdes e paredes cinzentas e não se sabia há quanto tempo fora construído. Os ladrilhos verdes haviam se tornado acinzentados devido ao acúmulo de poeira com ervas daninhas que se estendiam entre suas rachaduras.
No entanto, em comparação com o decrépito Templo Divino Ancestral, este santuário dao ainda estava muito melhor, pois, pelo menos, ainda havia vestígios de visitantes.
Ao se aproximar do prédio, podia-se ver que havia uma placa pendurada em sua porta principal com duas palavras: Pátio Eterno. Não se podia dizer quanto tempo essas palavras suportaram a passagem do tempo porque as palavras inicialmente negras já se tornaram um branco indiscernível.
O portão do santuário estava aberto e destrancado, então Li Qiye entrou lentamente. Uma vez lá dentro, ele ouviu um ronco estrondoso que sacudiu o santuário. Emanava de um dos quartos; Li Qiye finalmente entrou e encontrou um velho daoísta deitado em uma cama.
O velho daoísta estava deitado de bruços em uma pose nada lisonjeira. Seus braços e pernas estavam bem abertos para ocupar toda a cama; era bastante impróprio para um daoísta.
Ele usava um manto daoísta surrado e velho e oleoso que não era lavado sabe-se lá há quantos anos. Era uma sorte que seu cabelo desgrenhado não cheirasse mal, ao contrário de sua aparência. Caso contrário, o fedor seria insuportável.
Embora esse velho taoísta fosse desleixado, com nariz de leão e boca larga, seu rosto era bem esculpido. Ele era bastante imponente, como um viajante cheio de vigor e espírito.
O sono do velho daoísta era bastante profundo. Mesmo quando Li Qiye entrou, o velho continuou a roncar. Seu ronco estrondoso fez os outros se perguntarem se ele realmente acordaria se alguém o carregasse para fora do santuário dao.
Li Qiye então olhou para o velho taoísta adormecido sem dizer nada. Ele olhou lentamente ao redor do santuário dao e analisou meticulosamente cada ladrilho como se estivesse conduzindo um estudo arqueológico.
Li Qiye não tocou em nada e apenas deixou seus olhos fazerem o trabalho. No final, Li Qiye olhou cuidadosamente para o nome “Pátio Eterno” e então saiu silenciosamente.
Li Qiye voltou ao Templo Divino Ancestral quando estava quase escuro, e o templo ficou claro novamente. As ervas daninhas selvagens e videiras ao redor da área foram todas colhidas; o interior do antigo templo foi completamente limpo e as áreas quebradas também foram reparadas.
Embora não estivesse completamente livre das manchas da mortalidade, era definitivamente muito melhor. Ele agora carregava a aparência de um lugar adequado para habitantes humanos e não tinha a aparência podre anterior.
Uma vez lá dentro, Li Qiye viu Chi Xiaodie parado no meio da câmara principal. Havia duas estátuas dentro e não eram divindades adoradas por mortais.
Chi Xiaodie olhou para uma das estátuas em transe. Ela sentiu que era muito familiar, mas não conseguia se lembrar de sua origem neste segundo.
Depois que Li Qiye voltou, ela perguntou: “Aqui… Que estátua é essa?” O corpo desta estátua estava meio inclinado em uma pose muito estranha, como se quisesse se ajoelhar, mas ainda estava em pé; estava aparentemente esperando para receber um título. Seus olhos também estavam escondidos, não importando o ângulo em que fosse visto; claramente, havia um par de olhos gravados, mas não se podia vê-los devido à sua postura estranha.
Chi Xiaodie os limpou. Quando ela olhou para eles, especialmente para a estátua na pose estranha, ela sentiu uma sensação familiar, mas irreconhecível.
Li Qiye também olhou para a estátua. Ele não deu uma resposta e, em vez disso, respondeu com uma pergunta: “O que você acha?” Ele secretamente suspirou. Os anos foram sem coração, mas o tempo de alto astral foi como ontem.
Chi Xiaodie respondeu melancolicamente: “Se eu soubesse, não estaria perguntando a você.”
Li Qiye caiu na gargalhada e disse lentamente: “Este é o ancestral do seu Chi Clan.”
Chi Xiaodie exclamou depois de ouvir a resposta de Li Qiye em estado de choque: “M-meu Chi Clan Ancestral?”
Nesse momento, ela entendeu por que sentiu que essa estátua era tão familiar. O salão ancestral de seu Chi Clan também adorava o ancestral; embora eles raramente voltassem para homenageá-lo, Chi Xiaodie tinha visto isso duas ou três vezes.
Ela então perguntou mais uma vez: “Mas por que a pose é tão estranha?” Ela sentiu que Li Qiye sabia de tudo. Ela, como descendente do Chi Clan, não sabia sobre seu ancestral tanto quanto um estranho como Li Qiye. Talvez Li Qiye estivesse certo; é preciso ler mais. Quanto mais se lê, mais se sabe.
Li Qiye ficou em silêncio por um momento enquanto olhava para a estátua, então ele disse: “Esta foi a pose que ele fez quando recebeu o título de Rei das Cem Batalhas.”
Chi Xiaodie ficou atordoado depois de ouvir isso: “Cem Batalhas Godking!”
Ela não sabia que seu ancestral tinha tal título, então ela perguntou com espanto: “Meu ancestral foi canonizado como um deus?”
“Você pode colocar dessa forma. Uma existência lendária reconheceu os feitos de seu ancestral, então ele especialmente concedeu a ele o título de Rei das Cem Batalhas. Poderia ser considerado um dos títulos mais dominadores entre todos os generais divinos daquela geração.” Li Qiye suspirou suavemente e continuou dizendo: “Durante aquela época, seu ancestral era o orgulho da raça humana.”
Chi Xiaodie murmurou baixinho: “Cem Battles Godking!” Neste segundo, seu sangue estava fervendo. Era como se ela visse pessoalmente seu ancestral varrendo o mundo e lutando contra os deuses e demônios. Quão heróico e majestoso foi isso? Quão honrosa e grandiosa foi essa empreitada?
Ela podia sentir a glória de seu ancestral em sua lenda enquanto se perdia em um estado de choque difícil de recuperar.
Depois de um tempo, ela se recompôs e perguntou: “Como você sabe dessas coisas?” Chi Xiaodie não conhecia esses assuntos como descendente do Chi Clan, mas Li Qiye sabia disso como a palma de sua mão.
Li Qiye olhou para ela e disse: “É por isso que eu disse para ler mais. Aqueles que raramente lêem tornam-se meros sacos de palha; uma garota com seios grandes, mas sem cérebro, não é uma coisa boa.
Chi Xiaodie fez uma careta de raiva e vergonha. Ela se virou e olhou para a outra estátua.
Esta estátua esculpida era um homem antigo com muitas mãos. Cada mão tinha uma ação diferente e cada mão era diferente. Algumas mãos empunhavam armas enquanto outras carregavam o céu; havia também aqueles com diferentes selos de mão. [1. Raw para muitas mãos foi de 10.000.000 (1.000 + 10.000 adjetivos), então vou assumir que não foi literal nesse sentido.]
Chi Xiaodie olhou para esta estátua com muitas mãos e perguntou a Li Qiye: “Quem é este?”
Uma estátua era seu ancestral, então a outra não deveria ser um personagem fictício.
Li Qiye olhou para esta estátua e demorou um pouco antes de abrir a boca: “Miríade de imagens, Deus verdadeiro!”
Chi Xiaodie respondeu com alguma perplexidade: “Miríade de Imagens Verdadeiro Deus?” Ela nunca tinha ouvido falar desse título nem de tal personagem antes. Ela perguntou mais uma vez: “Esse Deus Verdadeiro era um seguidor do meu ancestral?”